Dicas

• Falar de frente para a pessoa, mantendo contacto visual;

• Usar o nome da pessoa com regularidade;

• Adequar a comunicação verbal ao nível de compreensão da pessoa;

• Falar devagar, com frases curtas e na positiva/afirmativa;

• Utilizar um tom de voz calmo e seguro, transmitindo segurança;

• Dar tempo para a pessoa responder;

• Garantir que não haja ruídos excessivos ao comunicar; • Ser sincero e verdadeiro; • Não infantilizar – está a comunicar com uma pessoa adulta; • Ajudar a pessoa a encontrar palavras, se interromper o seu discurso;

• Evitar conversas em grupos grandes, a pessoa pode sentir-se perdida;

• Dar uma instrução de cada vez e esperar que a pessoa execute;

• Facilitar escolhas, sugerindo duas opções à pessoa;

• Usar linguagem gestual;

• Se a pessoa estiver a falar sem sentido, ouça-a tranquilamente. Não peça explicações desnecessárias e mantenha a comunicação não-verbal;

• Em situações de mutismo, tente antecipar as necessidades da pessoa, ela não as manifestará (exemplos: leve-a à casa de banho em intervalos regulares; ofereça água; convide-a para uma caminhada);

• Ter atenção às atitudes e gestos da pessoa, pois possuem muita informação; • Tocar gentilmente na pessoa para alertá-la a receber a comunicação;

• Validar as emoções e experiências da pessoa;

• Não falar com outros acerca da pessoa sem a incluir na conversa;

• Antes de ajudar a pessoa, explicar o que se irá passar;

• Dizer à pessoa tudo o que estiver a fazer por ela;

• Fazer demonstrações para facilitar a participação da pessoa;

• Estimular o diálogo através de recordações, fotos, objetos, etc.

• Não corrigir a pessoa de forma sistemática, evitando constrangimentos;

• Evitar discussões. Elas são inúteis; • Transmitir humor; • Dar reforços positivos;

• Mostrar atitudes encorajadoras;

• Estimular comportamentos autónomos;

• Manter a pessoa activa e ocupada.

guia-adaptacoes-de-espacos-para-pessoas-com-demencia

Guia útil com informações importantes para adaptações de espaços para pessoas com demência: “Good practice in the design of homes and living spaces for people with dementia and sight loss” – “University of Stirling”

Anexo

Numa das muitas formações que a Humanamente já deu por esse País fora, um formando fazia-nos mais uma questão sobre um problema que existia dentro da instituição e que era provocado por uma residente: Esta senhora tem Alzheimer e passa o dia a tirar os sapatos. Como está perto da entrada do Lar, parece mal quando as visitas entram e vêem-na com os sapatos na mão. Ao ouvir esta questão, pergunto-me: Porque será que tirar os sapatos é um problema?

Porque será que as pessoas quando vivem num Lar de idosos “estão” sempre num determinado local, sentados na mesma cadeira ou sofá? Porque será que ninguém se questiona sobre o porquê de se tirar os sapatos?

Uma questão provoca-me mil questões…é sempre assim….

E pergunto: A senhora tira os sapatos porquê?

E respondem-me: Porque tem Alzheimer….

E assim respondem em relação a todos os comportamentos que não são capazes de compreender: de uma forma redutora e redutora é a maneira como “dão solução” ao “problema”.

As minhas perguntas sobre a senhora sucedem-se, numa tentativa de explicar que todos os comportamentos que temos são contextualizados pela nossa história de vida, que todos os comportamentos têm um motivo, um significado e que não se podem explicar apenas com um: ”Porque tem Alzheimer”.

E, finalmente, a resposta chega! Ao perguntar: O que é que a senhora fazia? Respondem-me “Era mulher de um sapateiro. Recebia os sapatos, devolvia-os, era responsável pelo dinheiro… Assim foi, durante décadas”. Não foi preciso dizer mais nada, os rostos iluminaram-se e de repente, o que parecia ser “do Alzheimer” era afinal a lembrança dos seus (provavelmente) melhores anos de vida. Era o “gatilho” para recuar no tempo e fazer reminiscência dos seus momentos saudáveis e felizes. De repente, a resposta redutora de lhe voltar a calçar os sapatos, com um ralhete a acompanhar, “porque parece mal”, já não faz sentido. De repente, aquela “doente de Alzheimer” ganha vida, toma forma e tudo faz sentido!

Mas, a questão ainda lá está. O que podemos fazer para responder à necessidade da senhora (esposa do sapateiro) e, ao mesmo tempo, solucionarmos o “problema” do lar?

Apesar de não haver receitas, a minha resposta foi a caixa de memórias bric-à-brac: Uma caixa de sapatos, com vários objectos ligados à actividade de sapateiro: sapato, flanela, latinha de graxa e uma escova (só a título de exemplo), que cheirem a uma antiga loja de sapateiro e que sejam seguros e variados em termos de texturas e cores. Tudo isto para que a senhora possa manipulá-los e explorá-los, sem perigo, e sobretudo lhe sejam possibilitadas viagens ao passado, para que viva melhor no presente!

Patrícia Paquete – Terapeuta Ocupacional

A Associação ADI (Alzheimer´s Disease International) e a “BUPA” (empresa internacional de cuidados de saúde) lançaram em conjunto um documento, com dez mandamentos para as pessoas com demência.

Sob o tema “Consigo viver bem com demência”, este documento dá ênfase aos direitos que as pessoas com demência, por todo o mundo, devem ter, por forma a usufruírem o melhor possível da sua vida.

Folheto (PDF)

O ano de 2012, dedicado ao envelhecimento ativo, levou-nos a alertar para a necessidade de nos mantermos em pleno uso das nossas capacidades pelo maior período de tempo possível, e isto, consegue-se agindo.

Agir no nosso contexto é podermos participar na nossa comunidade, na nossa família, na nossa vida. A participação que cada pessoa terá depende de muitos factores, mas é importante que ela aconteça, porque é através da participação que desenvolvemos ou mantemos as nossas capacidades físicas e cognitivas.

Quando as dificuldades surgem é importante seguir algumas estratégias, que embora simples, podem ajudar na concretização deste objetivo.

Mauricea Tabosa (2001) elaborou uma lista de 12 passos para a “Activação Cerebral”, que resulta de uma reflexão sobre a sua larga experiência a trabalhar com idosos e com pessoas com processos demenciais:

12 Passos para uma ativação cerebral:
Saiba que um grande inimigo do cérebro é a inatividade.
Procure atividades novas, desconhecidas ou pouco utilizadas.
Não tenha medo de errar.
Não se compare aos outros, nem com o seu desempenho quando era mais jovem.
Não diga ”eu não sirvo para isto”. Aceite sempre o desafio.
Lembre-se de que o cérebro é pouco utilizado. Se exigir mais dele, o seu desempenho mental será alterado para melhor.
Cada pessoa tem um potencial a ser desenvolvido. Escolha uma atividade que você gosta ou que tenha vontade de aprender.
Todas as atividades são totalmente individualizadas. A que servir para si, pode não ser adequada para outra pessoa.
Não importa se amanhã você não conseguir como ontem. Importa que tente mais uma vez, mais outra e mais outra.
Estimule o seu cérebro com objetivo de melhorar o seu desempenho mental, sem a preocupação de concluir a atividade escolhida. O que interessa é o treino.
Mude de atividade para uma mais complexa cada vez que notar que está muito fácil. A dificuldade é fundamental para a ativação cerebral.
Relaxe: A componente emocional é muito importante para a atenção e concentração. Respire fundo quando se começar a irritar. Descanse, faça outra coisa e volte.

Este guia é destinado a todos os profissionais que promovem (ou pretendem vir a desenvolver) atividades intergeracionais.

Guia (PDF)

Quando a pessoa com demência não consegue comer sozinha – O que fazer/O que não fazer

Folheto (PDF)

Cuidar com sentido(s): Guia para cuidadores de pessoas com demência

Documento (PDF)